Ontem, os anobonianos exilados na Europa, no Reino Unido e nos Estados Unidos reuniram-se em Madrid para levantar a voz contra as crescentes violações dos direitos humanos na ilha de Annobón. A manifestação começou em frente à Embaixada da Guiné Equatorial e culminou com a entrega de manifestos ao Governo e ao Congresso dos Deputados do Reino de Espanha.
Os documentos, endereçados ao chefe do Congresso, Francina Armengol, e ao Presidente do Governo, Pedro Sánchez, os anoboneses pediram a intervenção da comunidade internacional para pôr fim à perseguição sofrida pelo seu povo. A carta foi entregue com o objetivo de fazer intervir as autoridades espanholas e a comunidade internacional face às atrocidades cometidas pelo regime. Teodoro Obiang Nguema Mbasogo.
O manifesto, assinado pelo “Povo de Annobón no Exílio”, detalha as condições extremas enfrentadas pelos habitantes da ilha: “Nós, o povo de Annobón, dirigimo-nos a vocês com um grito desesperado por ajuda e justiça. Durante décadas, temos sido vítimas de negligência, repressão e violência por parte dos regimes ditatoriais da Guiné Equatorial, que submeteram o nosso povo a sofrimentos inimagináveis e violações flagrantes dos direitos humanos.”
O texto denuncia também a devastação causada pelo uso de dinamite na ilha, bem como as recentes perseguições, sequestros e desaparecimentos forçados de 42 anoboneses, dos quais 26 continuam desaparecidos e 11 continuam presos em condições desumanas.
No manifesto, o povo anoboneso solicita ao Governo de Espanha e ao Congresso dos Deputados que intervenham urgentemente para pressionar o regime da Guiné Equatorial a cessar estas violações dos direitos humanos. Além disso, apela à comunidade internacional para que investigue e condene estes crimes, e apela à protecção e ao refúgio para os anoboneses que foram forçados a fugir em busca de segurança.
“Neste contexto de desespero e desamparo, pedimos ao Governo de Espanha e ao Congresso dos Deputados que intervenham urgentemente para pressionar o regime da Guiné Equatorial a cessar estas atrocidades, e que a comunidade internacional investigue e condene estes crimes. Pedimos também proteção e refúgio para os anoboneses que foram forçados a fugir em busca de segurança”, indica o corpo da carta.
A entrega deste manifesto é um novo esforço do povo de Annobón para tornar visível a sua luta e obter o apoio internacional de que tanto necessita. A situação na ilha continua crítica e os exilados esperam que a comunidade internacional ouça o seu clamor e aja com a urgência que a situação exige.