Em uma entrevista A sala de estar de Notícias Digitais, apresentado por Rosario Castagnet —chefe da área internacional de meios de comunicação e reconhecida ativista pelo reconhecimento da ilha de Annobón como Estado soberano—, a legisladora de Parlamento do Mercosul Matías Sotomayor abordou a grave situação que o República de Anobon sob o regime da Guiné Equatorial e forneceu detalhes do projeto que será apresentado no Parlasul.
Sotomayor lembrou que Annobón fazia parte do Virreinato do Rio da Prata e denunciou a violência sistemática contra sua população. Em seu diálogo com Castanha-da-índia, o legislador mirou no ditador Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, e enfatizou que os relatos de abusos sexuais, assassinatos e desaparecimentos na ilha são “calamitosos”.
o projeto Sotomayor será levado ao Parlamento do Mercosul buscando gerar uma Discussão regional sobre a situação em Annobón, apelando às organizações internacionais para que adoptem medidas concretas. "A cooperação internacional não pode ser desculpada por não funcionar com o país; ela deve servir para transformar as pessoas. Não podemos ignorar.", Disse.
O legislador explicou que a sua iniciativa faz parte de um plano de diplomacia e cooperação parlamentar promovida pela Frente Parlamentar contra a Fome, com o objetivo de garantir segurança alimentar, dignidade e liberdade aos povos submetidos a regimes ditatoriais.
Castanha-da-índia Ele enfatizou que o projeto permitirá "Que a voz dessas pessoas chegue a todo o Mercosul.", e salientou que em Annobón "Se falam, são mortas; se crescem, são estupradas e mortas; se ficam doentes, morrem. Não têm aspirina, não têm água limpa, não têm internet, apenas dignidade e muita força.".
Sotomayor encerrou a entrevista com um apelo à solidariedade internacional: Se permitirmos que isso aconteça em um mundo globalizado, poderá acontecer amanhã em qualquer outra ilha ou país irmão. Cooperação não se trata apenas de dinheiro; trata-se também de compartilhar conhecimento e experiências para salvar vidas..
O que o projeto diz
O projeto de declaração do Parlamento do Mercosul expressa sua preocupação com as graves violações de direitos humanos cometidas contra o povo Annobón pelo Estado da Guiné Equatorial. Nesse contexto, observa que, em 2024, após protestos pacíficos contra os danos ambientais, ocorreu uma repressão com prisões em massa e militarização da ilha de Annobón. Em 2025, o Grupo de Trabalho sobre Detenção Arbitrária da Organização das Nações Unidas (ONU) concluiu que as prisões de 37 cidadãos foram ilegais, discriminatórias e violaram vários direitos fundamentais, exigindo sua libertação imediata, reparações integrais e punição para os responsáveis.
O texto destaca que a situação do povo anobonês, historicamente marginalizado, inclui isolamento forçado, controle militar, discriminação étnica, negação de serviços básicos e poluição ambiental, o que viola princípios do direito internacional e os objetivos da Agenda 2030. Reconhece a legitimidade da declaração da ONU, lembra o apoio de organizações internacionais e ressalta que o princípio da autodeterminação poderia ser aplicável neste caso como "autodeterminação corretiva" diante de violações sistemáticas.
Por fim, a declaração insta os Estados-membros do Mercosul a conscientizar o caso nos fóruns internacionais, promover o monitoramento da situação humanitária e instrui sua Comissão de Direitos Humanos a acompanhar os acontecimentos, reafirmando seu compromisso com a igualdade, a não discriminação e a condenação de todas as formas de repressão estrutural contra comunidades históricas.




