Num documento contundente apresentado há apenas algumas horas, Lagar Orlando Cartagena, Primeiro Ministro da República de Annobón, denunciou graves violações dos direitos humanos em Annobón e Malabo perante o Comité contra a Tortura (CAT). A denúncia detalha os desaparecimentos forçados e as torturas perpetradas pelo regime. Teodoro Obiang Nguema Mbasogo desde 18 de julho.
A Guiné Equatorial aderiu à Convenção contra a Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes em 8 de outubro de 2002. A Convenção contra a Tortura é um tratado internacional que visa prevenir a tortura e outros atos de tratamento cruel, desumano ou degradante em todo o mundo. .
Um contexto arrepiante
Ao longo do tempo, e especialmente desde a sua ligação com a ditadura da Guiné Equatorial, a ilha de Annobón tem sido palco de abusos sistemáticos de todos os tipos. Sem dúvida, esta história conheceu um ponto de viragem há pouco mais de dez dias, quando uma carta assinada por dezasseis anoboneses condenava os abusos do regime através do uso de explosivos a poucos metros da zona habitada da capital. A iniciativa levou o governo guineense equatoriano a realizar inúmeras prisões arbitrárias e violentas.
O regime respondeu militarizando fortemente a ilha e atacando a comunidade. Para evitar a disseminação de informações, Obiang Ordenou o isolamento total de Annobón, cortando todos os tipos de comunicação externa, incluindo linhas telefônicas e internet.
Desde 18 de julho, quase quarenta pessoas foram submetidas a desaparecimentos forçados e torturas sem que o seu paradeiro fosse conhecido ou sem que lhes fosse permitido acesso a assistência jurídica. Famílias desesperadas e organizações de direitos humanos, como a Fundação dos Direitos Humanos, expressaram preocupação com a vida e a integridade física das pessoas detidas.
Neste contexto, o Primeiro-Ministro Vinícola Cartagena Ele exigiu que o Comitê contra a Tortura agisse com absoluta celeridade. A reclamação solicita:
1.- Informação imediata: Que o regime da Guiné Equatorial informe sobre o paradeiro das vítimas.
2.- Libertação urgente: Ordenar a libertação das vítimas detidas arbitrariamente.
3.- Proteção e segurança: Garantir a integridade física e psicológica das vítimas.
4.- Investigação exaustiva: Realizar uma investigação imparcial sobre os desaparecimentos e torturas, levando os responsáveis à Justiça Internacional.
5.- Prevenção futura: Propor medidas para evitar que estes eventos se repitam.
Um caso urgente
O representante anoboneso confia que o Comité contra a Tortura agirá urgentemente para proteger os direitos fundamentais das vítimas e garantir que a justiça seja feita. A situação do povo anoboneso, tanto na ilha como no estrangeiro, é crítica e a comunidade internacional deve responder a estes abusos atrozes.
O regime de Obiang está no poder há mais de quatro décadas, com um historial marcado pela repressão e violações sistemáticas dos direitos humanos. As recentes alegações apenas sublinham a gravidade da situação numa ilha que foi isolada e silenciada pelo regime, com uma impunidade assustadora.