Durante as últimas horas, o governo da República de Annobón manifestou a sua preocupação com a recente estratégia do regime ocupacional da Guiné Equatorial que visa promover a fome e o êxodo da população através da introdução de cavalos na ilha.
A tática lembra ações anteriores sofridas na ilha de Fernando Poo, onde foram introduzidos bois para fins semelhantes vindos da Nigéria. Naquela altura, a iniciativa visava utilizar estes animais para limpar florestas e estabelecer assentamentos ilegais, reflectindo estratégias históricas utilizadas noutros contextos, como na Nigéria contra os biafrenses em 2013.
Agora, o governo de Annobón alertou os seus cidadãos sobre os riscos desta estratégia, destacando o objectivo de comprometer a segurança alimentar ao permitir que os cavalos entrem nas áreas de cultivo e consumam tubérculos e frutas essenciais à subsistência. Esta abordagem poderia forçar a população de Annobón a abandonar o seu território, facilitando uma ocupação militar.
Neste contexto o Primeiro Ministro da República de Annobón Lagar Orlando Cartagena, lamentou: “Os colonos negros da Guiné Equatorial estão a ser piores do que os seus antecessores brancos, que lhes legaram este poder colonial subsidiário, dado que já os ultrapassaram no mal, na destruição e na corrupção”.
A introdução destas espécies invasoras, estranhas ao ecossistema local, poderá ter consequências catastróficas, competindo por recursos e colocando em risco a biodiversidade da ilha. Annobón, reconhecida pela sua resistência histórica, enfrenta um novo desafio na sua luta pela independência e pela preservação do seu ambiente natural.
O governo da República de Annobón instou a população a tomar precauções adicionais relativamente à segurança das suas plantações e culturas, alertando para o risco de que estas acções conduzam a um retrocesso no desenvolvimento agrícola precário e ponham em perigo a segurança alimentar dos Anoboneses.