Importante cobertura mediática portuguesa sobre a situação em Annobón e o papel da CPLP

Reivindicação pacífica perante a Embaixada da Guiné Equatorial em Madrid.

A situação na República de Annobón tem chamado a atenção dos mais importantes meios de comunicação social portugueses, que questionam o papel da Guiné Equatorial no seio da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) no que diz respeito à gestão dos direitos humanos e à governação no país africano.

O diário Expresso publicou um artigo e um podcast intitulado “O Mundo a Seus Pés”, onde se questiona a eficácia da CPLP, especialmente após a abolição tardia e parcial da pena de morte na Guiné Equatorial em 2022. Desde a adesão do país à CPLP, o descontentamento no que diz respeito aos direitos humanos intensificou-se sob o regime do presidente Teodoro Obiang Nguema Mbasogo. O Secretário Executivo da CPLP, Zacarias da Costa, afirmou que “não cabe à CPLP” abordar estas violações, afirmação que tem sido recebida com cepticismo e preocupação quanto à relevância da organização.

Por sua parte, o Avisos SIC também destacou estas preocupações na sua cobertura, apontando a ironia de celebrar o 10º aniversário da adesão da Guiné Equatorial enquanto a Ilha de Annobón sofre repressão e condições desumanas. O Annobón, que serviu de justificação cultural e linguística para a entrada da Guiné Equatorial na CPLP, parece agora “completamente esquecido” pela organização.

Por sua parte, o Público cobriu a situação através de artigos e entrevistas exclusivas. Num artigo intitulado “Num site remoto da CPLP, um povo que fala um crioulo português luta contra uma ditadura”, a luta do povo de Annobón contra a ditadura de Obiang, destacando a ligação cultural através da sua língua crioula de origem portuguesa. Além do mais, Público Entrevistou com exclusividade o Primeiro-Ministro de Annobón, que afirmou que “não darão um passo atrás até à libertação”, reflectindo o clima de determinação e resistência que existe na ilha.

Esta cobertura mediática realça as tensões e os desafios que os membros da CPLP enfrentam no equilíbrio entre a diplomacia e a defesa dos direitos humanos no seio da instituição e acrescenta a necessidade imperiosa de incorporar Annobón como membro de pleno direito desta instituição, atento à sua situação única e ao seu histórico e indiscutível pertença aos povos de língua portuguesa.

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